Textos:
I Reis 1:50 e João 3:16.
Meu coração anseia por um altar que nos leve de volta ao arrependimento e a trajetória da cruz.
A bíblia relata que antigamente quando alguém era
apanhado em pecado se agarrava a ponta do altar para não ser condenado e ser
absolvido de sua sentença.
Este ato demonstrava que essa pessoa tinha a
consciência de pecado e a percepção de que necessitava ser salvo.
Este reconhecimento e percepção já não passam por
nossas igrejas, por nossos altares e pelo cristianismo atual.
Dia após dia, domingo após domingo, pessoas entram e
saem das igrejas sem a necessidade de se lançarem para "agarrar a ponta do
altar" ou correr para os pés da cruz. Elas não entendem a profundidade do
arrependimento e a necessidade de serem salvas. Não compreendem o quão ameaçador é
o inferno e uma eternidade de sem Deus e sem salvação. Recebem o
"pacote espiritual", cheio de promessas, prosperidade, alegrias, abundância,
autoridade espiritual, cura, para uma vida eterna, que aos olhos humanos parece
que será vivida aqui mesmo na terra.
O Jesus do novo evangelho é o que cura, que sara que perdoa, que dá vida em abundância, com carro, casa, prosperidade ministerial, mas
raramente é o Salvador que nos leva ao constrangimento, ao arrependimento e ao
desejo de abandonar a nossa vida de pecado, para viver com Ele eternamente na
Glória.
Se a verdadeira pregação do evangelho não chegar aos
nossos púlpitos, seremos todos condenados. Uns pela omissão da verdade, outros
pela falta de conhecimento, outros pela ilusão de que a vida com Cristo passa
apenas pela trajetória dentro de uma igreja e não pela trajetória a caminho da Cruz.
O altar sem pontas é aquele que nos leva apenas ao
reconhecimento humano, a vanglória, a soberba, ao culto a nós mesmos. É
como o altar a Baal, onde seus profetas gritam , se cortam, pulam em um pé só,
mas não há fogo. Fogo consumidor que leva ao arrependimento e a purificação.
Quantas vezes fazemos culto a Deus, desta forma.
Oramos, gritamos, fazemos o nosso barulho, nosso movimento, esperando a
manifestação da Glória de Deus. Mas a verdadeira manifestação, trás mudança de
vida! Confronto e não apenas conforto.
O altar ao Deus verdadeiro tem em primeiro lugar,
conserto, restauração, limpeza, decisão. A verdadeira adoração passa pelo entendimento
que não podemos servir a dois deuses e coxear entre dois pensamentos. Ou
iniciamos o sacrifício todos os dias com verdadeiro arrependimento ou
permaneceremos cultuando no altar sem pontas, onde não há remissão de pecados.
O evangelho sem cruz é aquele oferecido pelos
fariseus, cheio da lei e de regras, movido pela aparência e pela necessidade de
reconhecimento. Um evangelho vivido de lábios, não de coração.
Querem-se o evangelho da Cruz teremos que em primeiro
lugar entender o nosso papel no Reino. Fomos chamados como João Batista, para
pregar o arrependimento e preparar o caminho para que o Messias venha e Reine.
Invertemos a trajetória do evangelho. Jesus começou
seu ministério pelo arrependimento e em obediência ao Pai, ouvindo um discurso
que dizia: Arrependei-vos, para remissão de pecados. Venceu a tentação no
deserto, renunciou a si mesmo e terminou na cruz, ainda em obediência.
Nós oferecemos um evangelho que começa recebendo, não
entregando. Oferecemos um Jesus que muda tudo, que resolve problemas, que muda circunstâncias,
que te coloca e um lugar de honra e te dá uma vida em abundância. Um
Jesus que te recebe em uma igreja cheia de entretenimentos, cargos,
ministérios, atividades, programações, onde você estará o tempo todo ocupado
demais fazendo a obra, e sem tempo algum para negar se a si mesmo, ir até a
Cruz e simplesmente segui ló, numa trajetória que leva até os perdidos,
leprosos, cegos, prostitutas, ímpios, mortos ou ladrões.
Nosso evangelho não passa pelo verdadeiro
arrependimento, pela consciência de morte ou vida eterna. Um evangelho que tem
olhos para o que é corruptível passageiro e não para o que é eterno.
Nossa motivação para seguir a Cristo, está aqui na
terra e não no céu. Não esperamos pela eternidade, não ansiamos pelas bodas com
o Cordeiro na nova Jerusalém, não tememos a perseguição, a morte, o inferno.
Nosso evangelho é muito diferente do evangelho dos apóstolos, seguidores de
Jesus. Esperamos pelas bênçãos, pelos livramentos e pelo suprimento. Eles
esperavam apenas pelo Messias.
Nosso entendimento passa apenas por um simples
levantar de mãos, dizendo: “Eu aceito". Mas seguir a Cristo, não significa
aceitá-lo. Seguir a Cristo significa morrer com Ele, abandonar o pecado,
conhecer a verdade, ser liberto, e abrir mão de tudo para segui-lo.
Neste evangelho atual, muitos serão enganados, pela
tecnologia, pelos discursos dos falsos profetas e atraídos pelo conforto e pelo
status de serem "filhos de Deus".
Mas a verdade é que o evangelho de Cristo terá que ser
vivo o suficiente em nós, para nos tirar da zona de conforto, de dentro dos
templos almofadados e com ar condicionado e nos levar em uma trajetória de
descida e não de subida.
Um arrependimento genuíno que nos mova em direção à cruz,
que alcance os perdidos, pelas ruas e pelas praças, sem títulos, sem cargos e
sem placas.
Porque o verdadeiro evangelho não cabe dentro de um
templo, ele foi pregado numa Cruz.
Pra. Denise Monteiro.